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Cultura esportiva e as olimpíadas escolares na grande imprensa capixaba (1946-1954)

Marcelo Laquini Eller

Omar Schneider

 

Resumo: O estudo investiga as práticas culturais esportivas na sociedade capixaba no período entre 1946 e 1954. Como corpus documental, utiliza dois jornais que circularam na Capital do Espírito Santo e o Arquivo Aloyr Queiroz de Araújo. Utiliza as proposições de Norbert Elias para pensar a polissemia do esporte,enfatizando o que se convencionou chamar de princípio civilizador, que busca ser um controlador de pulsões, de desejos e da individualidade. Apoia-se, também, no paradigma indiciário de Ginzburg que, por meio de indícios e pistas deixados nos documentos, nos levam a compreender parte da cultura esportiva capixaba e sua relação com as Olimpíadas Escolares. Aponta as Olimpíadas Escolares como parte integrante da Cultura Esportiva capixaba, veiculada pela grande imprensa do período, que dá visibilidade para a um novo enfoque para o esporte que acontece nas escolas. Um fenômeno que procura, por meio do esporte, congregar as diversas regiões do Espírito Santo que, pela imigração, constituíram diferentes culturas. Dessa forma, o esporte aparece como elemento homogeneizador e catalisador de uma cultura que é cosmopolita.

Palavras-chave: Cultura esportiva. Esporte. Olimpíadas escolares.

 

Introdução

O estudo analisa a cultura esportiva na sociedade capixaba, materializada por diferentes manifestações e práticas advindas do esporte, e sua relação com um novo modelo organizacional de competição esportiva proposto pelo governo para o meio educacional, instituído no Estado do Espírito Santo em meados do século XX.

O esporte, entidade multifuncional que compreende tantas riquezas e aspectos da vida humana e da sociedade, tem evoluído conceitualmente no sentido de uma maior abrangência para o cumprimento de seu papel como bem cultural. Essas considerações perpassam o pensamento de Lucena1:36, que considera “[…] o esporte como promotor de configurações que permitem o entrechoque das diferenças, num jogo que torna possível expressar a diversidade”. Assim, remetemo-nos a um tempo histórico em que esta manifestação cultural, o esporte, começava a ganhar visibilidade em diferentes campos, incutindo em seus praticantes, pela sua forma sistematizada, uma poderosa representação de valores, sensibilidades e desejos que permeiam o ideário e o imaginário do século XX.

Ao analisar o esporte sob a perspectiva cultural, Priore e Melo² nos apontam que foi mesmo no Pós-Segunda Guerra que emergiram com mais força as questões dessa natureza, sendo a cultura progressivamente considerada não só como um conjunto de manifestações, mas também de normas, comportamentos, hábitos que regem a vida em sociedade. Nesse processo, não só por imposição dos poderosos, como também por uma postura ativa dos populares, o esporte foi uma das manifestações culturais que mais ganharam popularidade, voltado para a superação de limites, para o extremo de determinadas situações de tensão e violência, de valorização da tecnologia, da busca de uma emoção controlada e da exaltação de certos conceitos de beleza, projetando-o como uma instituição moderna.

Compreendido, então, como um dos símbolos da modernidade, o esporte, estabelecia-se como fator importante também para o Estado, pois, conforme Rúbio3, ao longo do século XX, o fenômeno esportivo passou a servir como norteador da educação, voltado para a formação física e moral. As escolas públicas deveriam se tornar celeiros de líderes que iriam atuar como industriais, políticos, dirigentes do Exército e empresários. Nesse sentido, então, o esporte passa a ser representado como uma metáfora das demandas sociais do período, que incluía também o meio educacional, fator de interesse pelo Estado na consolidação de sua política de nacionalização.

Linhales4:43, ao analisar o fenômeno esportivo praticado no meio educacional, afirma que “[…] o esporte modificou culturalmente a sociedade brasileira nas primeiras décadas do século XX, evidenciando códigos comportamentais nas relações do indivíduo consigo e com os outros”. O poder disciplinador do esporte e a própria lógica inserida em suas práticas, como a eficiência e a individualidade para o alcance de um objetivo comum, foram utilizados como mecanismo para a transformação da pátria por meio da educação. Nesse contexto, no Estado do Espírito Santo, foi idealizado um novo modelo de competições estudantis, denominado Olimpíadas Escolares, pensado com a finalidade de incutir novos códigos e sentidos à prática esportiva educacional capixaba.

A periodização foi feita tomando como referência o ano de 1946, momento em que há uma descontinuidade de um modelo de competições realizadas pelos grêmios estudantis, que tinham, entre suas finalidades, a integração social e o ano de 1954, data em que é realizado o último evento denominado Olimpíadas Escolares.

Araújo5, informa em seus relatórios da segunda Olimpíada Escolar a lista de participação das escolas do ensino secundário e seus respectivos grêmios, são eles: o Grêmio Lítero-Esportivo Loren Reno, do Colégio Americano; o Grêmio Lítero-Desportivo São Vicente de Paulo, do Ginásio São Vicente de Paulo; a União Atlética Ginasial Espírito Santo, do Colégio Estadual do Espírito Santo; a Associação Lítero Esportiva Academia de Comércio, da Academia de Comércio de Vitória; o Grêmio Ruy Barbosa, da Escola Técnica de Vitória; a Associação Cultural Intelectual e Esportiva Salesianos, do Ginásio Salesiano; o Grêmio Lítero-Esportivo Domingos Martins, da Escola Técnica de Comércio Domingos Martins; a Associação Lítero Esportiva Escola Normal Pedro II, da Escola Normal Pedro II.

E, a lista de grêmios esportivos que representavam o Interior do Estado estava composta pelo Centro Cívico da Juventude Coelho Neto, do Colégio João Bley de Castelo; o Grêmio Muniz Freire, do Colégio Muniz Freire de Cachoeiro de Itapemirim; o Grêmio Lítero-Esportivo Recreativo Graciano Neves, da Escola Técnica de Comércio de Cachoeiro de Itapemirim; o Grêmio Euclides da Cunha, do Colégio de Muqui; o Grêmio Esportivo Graça Aranha, do Ginásio Mimosense de Mimoso do Sul; o Grêmio Lítero-Esportivo 12 de Outubro, do Ginásio Irmãos Carneiro de Guaçuí; o Grêmio Esportivo Rui Barbosa, do Instituto Alegrense de Educação de Alegre; o Grêmio de Diversão e Cultura Castro Alves, do Ginásio São Pedro de Cachoeiro de Itapemirim; o Grêmio Lítero-Desportivo 5 de Agosto, do Ginásio São Geraldo de Guaçuí5. Todas as cidades ficavam no interior do estado e subsistiam com uma economia basicamente agrária.

No contexto sócio-político podemos evidenciar que, no governo de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), após a Segunda Guerra Mundial, a política econômica brasileira enveredou por um modelo baseado no desenvolvimento industrial, em que a educação das classes populares, segundo Costa6, começava a receber mais atenção, passando a ser vista como necessária a um número maior de pessoas, uma vez que era preciso formar a classe trabalhadora do país.

No Espírito Santo, nesse período a população se caracterizava como tipicamente rural visto que 79,2% do total populacional residiam em zonas rurais, dados não muito diferentes do restante do país. De acordo com Oliveira7 havia no Estado do Espírito Santo, conforme o Censo de 1940, novecentos e vinte cinco estabelecimentos de ensino primário,distribuídos pelo território estadual com 68.663 matriculados e o ensino secundário contava com quinze estabelecimentos, dos quais cinco estavam sediados na capital.

Mesmo com a baixa concentração da população nas zonas urbanas, intensos debates eram realizados sobre a necessidade da escolarização e o seu sentido para a formação de uma nação industrializada. Em relação ao ensino secundário, historicamente pensado como um ensino de humanidades, científico e preparatório para o ensino superior, voltado para formação das elites, também são produzidas novas diretrizes. Conforme Nunes8:35 “[…] os ‘novos tempos’ inaugurados com o desenvolvimento econômico do país, sobretudo pelo avanço da industrialização, exigiam a formação de profissionais”, e o ensino secundário foi escolhido como o meio de tornar a proposta uma realidade.

As escolas de ensino secundário no Espírito Santo passavam pela reestruturação dos seus ideais de formação, que tinham como ponto de partida a reorganização dos saberes das disciplinas escolares. No estudo buscamos perceber a ressignificação dos conteúdos das práticas esportivas realizadas nas escolas do ensino secundário, que a partir do ano de 1946, deixam de ser organizadas pelos grêmios escolares e passam a ser organizado pelo Serviço de Educação Física (SEF), órgão criado com a finalidade de controlar e organizar as práticas da Educação Física nesse nível de ensino. Para tanto, utilizamos como corpus documental, a grande imprensa capixaba, A Tribuna e A Gazeta, jornais locais que informavam/informam sobre os acontecimentos esportivos no Espírito Santo, entre eles as competições escolares.

 

Olimpíadas Escolares e suas diferentes manifestações culturais

As Olimpíadas Escolares foram idealizadas em um período que podemos situar, seguindo as reflexões de Hees e Franco9, em meio a outras ações de modernização do Estado do Espírito Santo que estavam sendo instituídas, como a construção de hospitais, leprosário, presídios, asilos, campanhas de nacionalização do ensino nas zonas de colônias, melhorias nos setores de saneamento e transporte. Ainda de acordo com Hees e Franco9, percebia-se que o Espírito Santo, para prosperar, precisaria se industrializar e superar o conceito de Estado agrário, que o colocava em uma condição atrasada e obsoleta, quando comparado com os demais Estados da Região Sudeste, como o Rio de Janeiro e São Paulo.

Nesse momento, em que ações de infraestrutura estavam sendo implantadas no Estado, percebemos, no cenário nacional, conforme Cotrim10, que a formação da juventude era um dos objetivos perseguidos para a concretização do projeto de construção do Estado nacional, tendo no plano de educação o ensino cívico e os trabalhos manuais como prioridades. Assim, demonstrações cívico-patrióticas eram representadas pelos desfiles e competições esportivas estudantis, abrangendo toda a comunidade escolar, realizadas no período de comemoração à Semana da Independência. Importante salientar que uma nova demanda social apresentava-se para a juventude, agora não mais sendo prioridade sua formação para a defesa da pátria. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a juventude foi convocada a responder uma nova exigência, sendo preparada para o cumprimento de seus deveres para com a economia do país e, o esporte, por meio de suas características individuais e heterogêneas, poderiam contribuir com essa proposta.

As Olimpíadas Escolares foram instituídas pelo SEF, órgão da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Espírito Santo, seguindo os rituais das Olimpíadas da Era Moderna. Entretanto, essa prática escolar não era uma total novidade no Espírito Santo, pois no ano de 1936 já era possível perceber essas atividades acontecendo sob a organização dos grêmios lítero-esportivos, que faziam torneios e intercâmbios escolares, com objetivos, segundo Araújo7, voltados para a integração social dos educandos. No ano de 1946, as competições escolares deixaram de ser organizadas pelos grêmios das escolas do ensino secundário e passaram para a mão do Estado, sistematizando o que consideramos como um novo modelo esportivo, que passou a se pautar pelos códigos e rituais do esporte moderno, incorporando as suas regras e tornando-as obrigatórias para os grêmios esportivos, filiados a esse projeto de modernização dos jogos escolares.

A organização e instituição das Olimpíadas Escolares no Espírito Santo estiveram permeadas por manifestações culturais que circularam e envolviam distintos atores da sociedade capixaba como professores, comerciantes, políticos, voluntários e jornalistas. Essas manifestações materializavam-se sob diferentes formas: nas campanhas populares de arrecadação de fundos por meio de doações em dinheiro dos comerciantes; na venda do selo olímpico, de camisas e de diferentes tipos de souvenirs com a logomarca das Olimpíadas Escolares; na campanha “Adote um atleta”, em que os atletas da cidade-sede do evento esportivo escolar recebiam em suas casas atletas de outros municípios durante o período de competição; e na atuação da própria imprensa, que circulava antecipadamente as notícias sobre o evento estudantil.

Essas ações buscavam incutir nos envolvidos direta e indiretamente um sentimento de pertencimento a uma proposta maior, neste caso de modernização, de um objetivo único, em que as Olimpíadas Escolares poderiam traduzir os desejos da constituição de um estado menos agrário e mais urbano. As competições, assim aparecem como o espaço que poderia fazer a síntese da ordem e da disciplina necessária para a vida urbana com todos os seus códigos de conduta. O esporte poderia ser o protagonista desse movimento, naturalizando o autocontrole e o respeito às regras que tornariam todos iguais. O regulamento imposto aos participantes, jogadores e espectadores, buscava contornar as possibilidades de haver o uso da violência o que em si já era uma situação nova.

Elias e Dunning11:44, afirmam que:

 

No decurso do século XX, as competições físicas, na forma altamente regulamentada a que chamamos desporto chegaram a assumir-se como representação simbólica da forma não violenta e não militar entre Estados, e não nos devemos esquecer de que o desporto foi, desde o primeiro momento, e continua a ser, uma competição de esforços dos seres humanos que exclui, tanto quanto possível, ações violentas que possam provocar agressões sérias nos competidores.

 

Esse crescente interesse pelas práticas esportivas permeavam tanto o ambiente social, quanto o ambiente estudantil, determinando mudanças significativas no contexto da Educação Física, proporcionando um aumento crescente de modelos esportivizados de aulas em detrimento dos métodos ginásticos homogêneos, até então amplamente utilizados nas escolas.

Na escola, essa manifestação do esporte  pôde ser demonstrada pela apropriação de um novo projeto para as competições escolares, voltado para formação de equipes. Já no campo político, tais ações puderam ser sentidas pelas articulações políticas realizadas na campanha para a escolha da cidade-sede do evento que acontecia bianualmente no Estado. Conforme Araújo12,para se escolher a cidade-sede, as cidades candidatas deveriam enviar um memorial, assinado pelo prefeito e diretores dos grêmios participantes, demonstrando que aquele município apresentava boa estrutura física e financeira para receber o evento. A escolha da cidade-sede era feita pelo Conselho Desportivo Escolar (CDE), órgão ligado ao Serviço de Educação Física que esteve incumbido da organização geral das Olimpíadas Escolares.

A primeira edição das Olimpíadas Escolares aconteceu em Vitória, no ano de 1946, somente com a participação dos grêmios escolares da Capital. A segunda edição, em 1948, também realizada em Vitória, amplia a ação desse novo modelo esportivo estudantil com a participação dos grêmios escolares do interior do Estado. Em 1950, as Olimpíadas Escolares teve sua primeira interiorização, para o município de Muqui, tendo como destaques a corrida do Fogo Simbólico e a realização de toda a programação esportiva realizada no Colégio de Muqui, instituição educacional de referência do período. No ano de 1952, as Olimpíadas Escolares retornam para a capital, Vitória, alcançando o número recorde de atletas participantes, totalizando 692, para no ano de 1954, seguir para o norte do Estado em direção à cidade de Colatina.

 

Caminhos rumo ao esporte moderno

Como referencial teórico do estudo, utilizamos as proposições de Norbert Elias13 para pensar o objeto nos diferentes sentidos e formas, enfatizando seu princípio civilizador, que busca ser um controlador de pulsões, de desejos e da individualidade. Para a análise das fontes, apoiamo-nos na proposta metodológica do paradigma indiciário de Ginzburg14 que, por meio de vestígios e sinais deixados nos documentos, nos possibilita compreender as prováveis relações entre as Olimpíadas Escolares e a cultura esportiva capixaba.

Elias e Dunning11 elaboraram uma teoria que busca explicar a sociedade moderna e o funcionamento de mecanismos controladores, entre eles, a excitação e o controle das pulsões que se revelam no contexto esportivo. Para o autor, o desporto é uma das maiores invenções sociais que os seres humanos realizaram sem planejamento, oferecendo às pessoas a excitação libertadora de uma disputa que envolve esforço físico e destreza, enquanto reduz ao mínimo a ocasião de alguém ficar seriamente ferido. A característica principal dessa representação seria a capacidade de estimular formas de tensão-excitação, em um combate simulado que envolve o esforço físico e o divertimento, tanto de participantes, como de espectadores, em um equilíbrio de forças e tensão que pode fazer aflorar genuínos momentos de autocontrole e de catarse, de liberação das pulsões, das energias contidas11. Assim, percebemos que as Olimpíadas Escolares proporcionavam, tanto para os jovens atletas quanto para os participantes, essas excitações, porém sob o controle disciplinar e a supervisão do Estado.

De acordo com Elias13, os momentos de lazer, ou de explosões de pulsões, não podem abalar o processo civilizador das sociedades complexas, porque o próprio momento de exteriorização das repressões é uma construção desse processo, partindo de uma ideia geral de que a busca da excitação é uma necessidade social e faz parte da formação das sociedades complexas. Então, o esporte materializado na sociedade, e também nas Olimpíadas Escolares, torna-se facilitador para a incorporação das normas e promove o aliviamento das repressões internas, minimizando possíveis instabilidades sociais, atuando, por conseguinte, como uma ação civilizadora.

Ginzburg14 nos ajuda a compreender as fontes, a ler os documentos por meio do seu método indiciário, em que a análise está centrada na leitura dos resíduos sobre os dados marginais, considerados reveladores. Desse modo, para o autor, pormenores normalmente considerados sem importância ou até triviais fornecem a chave para desvelar as camadas dos dados mais intrínsecos das diversas fontes apresentadas. Portanto, pretendemos, por meio dos indícios, das pistas e dos sinais observados na série documental, construir nossa narrativa histórica que revela possibilidades de se compreender o objeto proposto.

Como corpus documental, utilizamos a grande imprensa  capixaba representada pelo jornal A Gazeta e A Tribuna, periódicos que buscavam noticiar acontecimentos esportivos da região, fazendo circular representações sobre o sentido do esporte em suas diferentes possibilidades. Recorremos também ao arquivo pessoal do professor Aloyr Queiroz de Araújo, idealizador das Olimpíadas Escolares no Estado do Espírito Santo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Ufes sob o processo n°  27207714.9.000.5542

Em relação à cultura esportiva capixaba, buscamos compreender quais modalidades eram praticadas pela sociedade capixaba no período da realização das Olimpíadas Escolares e com que frequência eram veiculadas nas seções esportivas dos principais jornais do período. Segundo Pires15:63, cultura esportiva pode ser entendida como “[…] um conjunto de ações, valores e compreensões que representam o modo predominante de ser/estar na sociedade globalizada, em relação ao seu âmbito esportivo”. Para o autor, esses significados são simbolicamente incorporados por meio da mediação feita pela indústria da comunicação de massa. Sendo assim, para compreender determinadas manifestações de uma dada cultura esportiva, devemos voltar a atenção para a imprensa do período, analisando as práticas esportivas que nela circularam e seu local de produção.

Os jornais A Tribuna e A Gazeta foram utilizados, pois representavam os veículos de maior circulação e tiragem da Capital, onde buscamos, nos discursos, as representações e interesses materializados nos aspectos políticos, econômicos e esportivos da cultura capixaba veiculados no período. Porém, conforme Schneider16, geralmente se utiliza a palavra imprensa apenas como um registro do que aconteceu e não como um ingrediente do acontecimento, entretanto a imprensa ajuda a dar forma ao que por ela é registrado. É uma força que não deve ser desconsiderada na constituição de uma dada realidade, uma vez que interpreta para o leitor o “acontecido”. Para produzir os efeitos esperados, de acordo com o autor, utiliza-se uma linguagem que pode ser exagerada, sensacionalista, fundamentada na imparcialidade ou na militância, assim, uma característica que não deve ser dada à imprensa é a neutralidade.

 

 Cultura esportiva e as Olimpíadas Escolares na grande imprensa capixaba

Na análise do corpus documental, procuramos compreender as manifestações culturais esportivas conformadoras e atuantes naquilo que podemos chamar de cultura esportiva capixaba. Inicialmente, buscamos nos impressos a presença de matérias referentes às Olimpíadas Escolares veiculadas na imprensa capixaba e, em seguida, categorizamos as modalidades esportivas que tiveram maior visibilidade naquele momento pela imprensa local, estabelecendo um caminho que, segundo Gebara17:27:

 

[…] é demarcado pela existência e produção do documento, pelo diálogo com as fontes, é também verdade que a confiança ilimitada no documento nos conduz a uma posição enganosa. Afinal, quem sabe qual é o melhor documento? Estão os fatos mais importantes mais bem documentados? Qual o volume e a qualidade dos documentos que exigimos para estabelecer nosso argumento?

 

Ao apontar, como referência, as competições escolares, ressaltamos que, em ambos os jornais, as Olimpíadas Escolares foram veiculadas confirmando a projeção desse evento cívico esportivo como parte integrante da cultura esportiva capixaba dentro do período proposto. Ao observar as imagens ou reportagens para uma prévia seleção, notamos que, entre os dois periódicos relacionados, o jornal A Gazeta veiculou um número maior de matérias relacionadas com as Olimpíadas Escolares, comparando com o segundo, o jornal A Tribuna. Na quantificação do resultado em termos percentis, notamos que 60% das matérias veiculadas eram provenientes do jornal A Gazeta e 40% eram do jornal A Tribuna. Porém, esse resultado pode ter se apresentado influenciado possivelmente pelo fato de o idealizador das Olimpíadas Escolares, professor Aloyr Queiroz de Araújo, além de suas atribuições acadêmicas, possuir, ainda, a função colaborativa de porta-voz das ações esportivas estudantis e do Serviço de Educação Física no jornal A Gazeta, fazendo circular seus interesses no que dizia respeito à Educação Física e ao esporte no Estado do Espírito Santo18.

Em relação às matérias veiculadas no jornal A Gazeta, as edições que mais se destacaram, tendo como critério o número de reportagens veiculadas em sua seção esportiva, foram as de 1950 e 1952 e, dentre as matérias veiculadas pelo jornal A Tribuna, as edições de 1946 e 1948 foram as que obtiveram, por parte de seu corpo editorial, um maior destaque. Em se tratando das datas de veiculação das matérias, tendo como referência a realização das Olimpíadas Escolares no mês de comemoração do Dia da Independência, portanto, setembro, vimos que, no jornal A Tribuna, as reportagens ocorreram entre os meses de agosto e dezembro e no jornal A Gazeta as reportagens foram veiculadas de forma mais antecipada entre os meses de março e outubro.

Para Davis19:21, “[…] o impresso não deve ser compreendido apenas como uma fonte de informações, de ideias, de imagens, mas acima de tudo como um mensageiro de relações, o qual possui como característica marcante o papel de formador de opinião”. Nesse caso, as opiniões emitidas pelos jornais buscavam atrair o público para as atividades programadas para acontecer no evento. Dessa forma, essa circularidade cultural leva-nos a entender que o evento também articulava diferentes formas de representação, como podemos observar a seguir:

 

Olimpíadas Escolares de 1946: Ficou definitivamente transferida ao que soubemos a solenidade do iniciamento das Olimpíadas Escolares de 1946, para o próximo sábado, dia 30 de agosto. O que motivou seu adiamento foi o mau tempo que prejudicou o bom estado das canchas. A Tribuna agradece ao Dr. Aloyr Queiroz de Araújo a gentileza do convite que lhe dirigiu, bem assim a escolha de seu Diretor Superintendente para patrono da prova de salto em extensão para moças 20:4.

 

A matéria nos informa que a primeira edição das Olimpíadas Escolares, depois de adiada por motivos climáticos, foi realizada num sábado, no dia 30 de agosto de 1946. Mostra-nos, ainda, que, apesar de o idealizador das Olimpíadas Escolares, professor Aloyr Queiroz de Araújo, ter uma participação efetiva no jornal a Gazeta, ele demonstrava ser, possivelmente, um astuto articulador político, ao convidar um diretor do jornal rival para ser dirigente de uma das provas realizadas nas Olimpíadas Escolares realizadas em 1946. Para Elias e Dunning11 (1992), em uma análise mais profunda das estratégias de entrelaçamento de indivíduos em grupos, revela que, geralmente, normas de vários níveis podem mudar de acordo com novos desenvolvimentos e experiências na sociedade.

Em seguida, ainda em referência ao jornal A Tribuna, encontramos outra reportagem que procura advertir os interessados em participar do evento para observar algumas regras para que a competição transcorresse dentro da normalidade. Dessa forma, o impresso busca ser um dispositivo educativo para o público interessado em assistir às competições. Na reportagem, lembramos as advertências que foram impressas no jornal:

 

Serviço da Educação Física: Olimpíada Escolar de 1946 e as Instruções para o público no Torneio de Futebol. a) Na Tribuna Oficial ou nos locais reservados na arquibancada central, serão exclusivamente destinados às autoridades federais, estaduais, municipais, desportivas e jornalistas; b) As cadeiras localizadas na arquibancada central serão reservadas às famílias, especialmente às senhoras e senhoritas; c) Outras pessoas que comparecerem ao Estádio, terão entrada pelo portão central, localizando-se nas arquibancadas laterais; d) E para facilitar o ingresso dos alunos no Estádio, os alunos dos estabelecimentos deverão comparecer com uniforme escolar ou esportivo, tendo entrada pelo portão 5 21:5.

 

A nota explicativa confirma que o Estado mantinha um controle abrangente do evento, interferindo até na forma como o público presente deveria se posicionar, definindo setores, categorizando e demarcando lugares às pessoas de acordo com seus critérios. Nesse sentido, segundo Elias e Dunning11, o Estado passa a incutir por meio do esporte na sociedade, situações onde os atores tornam-se, em regra, tão habituados a não agirem de acordo com os seus sentimentos que esta restrição, com frequência, lhes parece ser o normal, até que a auto-restrição torne-se automática. As advertências sobre a ocupação dos espaços demonstra que havia diferentes tratamentos para os envolvidos: os considerados mais distintos e aqueles que deveriam ocupar os espaços menos propícios a ter visibilidade. O evento contava ainda com a presença de um júri de honra nos eventos. Os alunos espectadores que fossem ao estádio deveriam estar uniformizados ou com traje esportivo, demonstrando ordem e civilidade, e sua entrada era pelo portão lateral.

Em relação às Olimpíadas de 1950, realizadas na cidade de Muqui, região sul do Estado, o jornal A Gazeta assim informou:

 

Olimpíada Escolar de 1950. Continuam em seu ritmo normal os preparativos para a sensacional Olimpíada Escolar do corrente ano a realizar-se na cidade de Muqui […]. Educacionalmente, este magnífico certame instituído pelo SEF vem preenchendo totalmente sua finalidade como elo de aproximação e intercâmbio entre nossos estudantes. […] oferece aos moços a oportunidade de sentirem o progresso de sua terra natal, através das excursões e passeios que proporcionavam iniciativas daquele gênero […]. Futuramente, Vitória, Cachoeiro, Colatina, Alegre, etc poderão ser escolhidas para sede das outras Olimpíadas revivendo assim, de dois em dois anos, este esplêndido movimento educativo, hoje vitorioso e aplaudido pelo povo22:2.

 

A reportagem nos mostra um discurso veiculado na imprensa capixaba de forma a elevar as competições escolares instituídas a partir de 1946, pautado na sua forma educativa e de pertinente integração entre os jovens do Estado do Espírito Santo, assim como os realizados pelos grêmios estudantis. Entretanto, podemos perceber que, de acordo com a forma de disputa das Olimpíadas Escolares, regulamentos específicos, códigos de punições, a rivalidade entre os grêmios aumentava, gerando uma busca incessante pela vitória nas partidas disputadas, o que contribuiu para a esportivização da Educação Física. Assim, a eficiência dos professores passou a ser medida pelas quantidades de vitórias conquistadas nos eventos. Em destaque, observamos que as Olimpíadas Escolares dependiam de dotações orçamentárias extras, além das verbas específicas do Estado e dos municípios para cobrir suas despesas, o que nos faz crer numa possível fragilidade financeira anunciada pelas Olimpíadas Escolares proposta pelo Estado, que poderia comprometer sua continuidade.

Na sequência, apresentamos uma nota veiculada no jornal A Gazeta, referente à organização das Olimpíadas de 1952, que nos revela as expectativas para a realização de uma nova edição do evento:

 

Tudo faremos para que a Olimpíada Escolar de 1952 alcance invulgar brilhantismo. A expectativa é das melhores para que o evento se torne o grande acontecimento esportivo da capital. Algumas medidas estão sendo tomadas como: reforma completa do estádio Governador Bley incluindo novos refletores e sistema de sonorização. O entorno do estádio também receberá atenção com faixas alusivas ao evento esportivo, além de pinturas de praças públicas e podas das árvores23:3.

 

A nota nos indica que, com referência à realização das Olimpíadas Escolares em 1952, era intenção de seu idealizador, professor Aloyr Queiroz de Araújo, fazer melhor ou repetir o feito realizado na cidade de Muqui no ano de 1950, quando o somatório de diversas manifestações culturais que envolveram o esporte naquele contexto produziu resultados positivos dentro do plano de governo de fazer circular sua proposta inovadora de organização de competições escolares pelo interior.

No corpus documental, utilizando como critério as reportagens consideradas principais nas seções esportivas, notamos que a modalidade futebol de campo, materializada pelos clubes esportivos, foi a mais veiculada em ambos os periódicos, perfazendo aproximadamente 70% das manchetes em evidência. Contudo, a circulação do futebol, ao longo da periodização, dividia-se nos campeonatos suburbanos, nos campeonatos da cidade, nos campeonatos estaduais, nas participações em campeonatos nacionais de seleções, torneios e em jogos amistosos e amistosos interestaduais. Outras modalidades praticadas nos clubes e associações esportivas locais eram veiculadas com menor ênfase na parte superior das seções esportivas de ambos os jornais, como basquete, remo, atletismo, voleibol, acumulando um percentual de 30%.

Em relação aos discursos apresentados, tecendo aproximações e distanciamentos entre as Olimpíadas Escolares por meio do Conselho Desportivo e pelos desportos populares organizados pelas ligas esportivas e federações, apresentamos uma situação que nos chamou a atenção na imprensa, ao demonstrar uma maior preocupação organizacional dos eventos escolares, quando comparados com o da cidade:

 

De conversa mantida, nos foi possível tomar conhecimento de todas as providências que estão sendo tomadas aqui e em Muqui, com o objetivo de proporcionar à Olimpíada Escolar de 1950, o maior êxito e brilhantismo possíveis […]. Os menores detalhes não têm sido postos de lado, visto que o menor senão, às vezes considerados insignificantes, poderá trazer prejuízos ao fiel cumprimento do programa traçado pela comissão organizadora […].    O critério adotado foi o mesmo do certame de 1948, isto é, todos os grêmios estudantis foram visitados no mês de junho, sendo realizada em cada colégio uma palestra sobre a finalidade da Olimpíada, sua organização, sentido educativo e social24:5.

 

Essa informação nos mostra o ânimo do Estado em reforçar sua proposta esportiva no meio escolar, impondo aos diretores dos grêmios estudantis e demais instituições escolares condições específicas de participação, colocando em evidência os seus processos normativos e prescritivos. Dessa forma, somos levados a pensar que a estratégia organizacional das Olimpíadas Escolares pelo Estado, incluindo o Conselho Desportivo Escolar (CDE), com suas reuniões prévias nos estabelecimentos de ensino que iriam participar das Olimpíadas Escolares, e a própria imprensa foram talvez a causadora do enfraquecimento e da perda de autonomia dos grêmios estudantis escolares. Por outro lado, consideramos que o governo apresentou à sociedade capixaba um modelo organizacional eficaz de competições esportivas realizadas pelo meio educacional.

Em seguida, com o intuito de compreender a realidade em que se encontrava um dos desportos organizados pelas ligas e federações capixaba, o futebol, observamos desavenças nada civilizadas entre clubes, que destoavam do caráter educativo e autocontrolado que o esporte, nas representações dos editores do jornal, deveria ter:

 

Ou a entidade acaba com a indisciplina em nossos gramados ou a indisciplina acabará com o futebol capixaba: Um motivo que tem feito a assistência cada vez mais escassear, no estádio, é, sem dúvida, a falta de disciplina dos atletas e também o péssimo comportamento de alguns elementos que acham que podem dar vasão à sua falta de educação, simplesmente porque deixaram alguns cruzeiros nas bilheterias25:7.

 

A matéria veiculada nos mostra que a falta de princípios civilizatórios e de controle das pulsões, em alguns momentos, provocou descontentamentos refletidos pela imprensa, os quais já sinalizavam uma interferência no andamento das organizações de campeonatos na cidade de Vitória. Para compreender essas configurações socioculturais, Elias e Dunning11 nos dizem que o controle da violência, no modelo da sociedade inglesa, conduz ao estabelecimento de uma analogia entre a emergência e a difusão do futebol e um sistema político em que se enraízam os hábitos parlamentares, nos quais as regras estabelecidas na inter-relação dos grupos em conflito passam a constituir um padrão de civilização horizontal. Esse modelo contrapõe-se ao da sociedade francesa, em que a corte impõe do alto regras e comportamentos, definindo um processo de civilização vertical.

 

Conclusões                  

Consideramos a imprensa difusora de uma Cultura Esportiva que se pretendia fixar no Espírito Santo, em que estavam presentes os desportos populares, principalmente o futebol, seguido do atletismo, o remo, o basquetebol e o voleibol. Vimos, ainda, em todas as edições entre os anos de 1946 e 1954, que as Olimpíadas Escolares procuraram difundir o que era considerado como um novo modelo cívico e desportivo para as práticas corporais, tanto por meio dos eventos que eram realizados, quanto pelas informações veiculadas pelos impressos. Porém, em termos comparativos, concluímos que, enquanto no meio social o futebol alcançava um alto grau de popularidade, essa realidade não se apresentava no meio estudantil, demonstrando que, naquele ambiente, o atletismo tinha maior preferência entre os grêmios escolares participantes.

Notamos que as edições das Olimpíadas Escolares se constituíram naquele momento parte integrante da Cultura Esportiva capixaba, atendendo aos interesses dos políticos que poderiam capitalizar esse entusiasmo em suas campanhas. Consolidaram, também, uma forma de lazer para os espectadores ávidos por entretenimentos e um modo especialmente interessante para fazer circular outra forma de esporte, menos propícia à violência, regrada por códigos de cortesia e civilidade, associada à escola, aos seus grêmios esportivos e literários, formados por filhos da elite intelectual e econômica do Estado, prontos para seguir suas carreiras superiores levando sobre seus ombros as marcas da civilização capixaba, autocontrolados, disciplinados, patrióticos e aptos para promover o engrandecimento da nação pelo trabalho.

Verificamos que o Estado, ao decidir organizar um novo modelo esportivo estudantil, cria novos códigos e condutas e se torna excludente, na medida em que deixava de fora dos eventos àqueles que não se adequassem aos regulamentos propostos pelo Serviço de Educação Física. Podemos perceber que o Estado toma para si o monopólio dos jogos escolares que, no seu nascimento eram organizados pelos grêmios lítero-esportivos das escolas até o ano de 1946 com finalidades voltadas para a integração social. A partir desta data, o Estado passa a impor um conjunto de regras e organizar as competições escolares.  Elias e Dunning11  (1992), ao tratar da gênese do esporte afirma que essa é uma ação comum do Estado que no desejo de organizar a sociedade toma para si o monopólio das regras que determinam a extensão da violência dentro dos jogos. O monopólio das Olimpíadas Escolares pelo Estado, retirava a autonomia dos grêmios estudantis e a substituía por regras verticalizadas, impostas a todos os participantes.

 

Referências

1. Lucena RF. O esporte na cidade: aspecto do esforço civilizador brasileiro. Campinas: Autores Associados; 2001.
2. Priore MD, Melo VA. História do esporte no Brasil: do império aos dias atuais. São Paulo: Editora da Unesp; 2009.
3. Rubio K. Jogos Olímpicos da Era Moderna: uma proposta de periodização. Rev Bras de Educ Fis e Esp 2010;24(1):55-68. Doi: 10.1590/S1807-55092010000100006.
4. Linhales MA. A escola e o esporte. Belo Horizonte: Cortez; 2009.
5. Araújo AQ. Estado do Espírito Santo. Secretaria da Educação e Cultura: Olimpíada Escolar de 1948. Vitória: Imprensa Oficial; 1949.
6. Costa GA. A educação na Assembleia Constituinte do Espírito Santo de 1947. Vitória. [Dissertação de mestrado em Educação]. Vitória. Programa de Pós-Graduação em Educação:1998.
7. Oliveira JT. A história do Estado do Espírito Santo. Vitória: Secretaria de Estado da Cultura, 2008.
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9. Hees RR, Franco SP. A República no Espírito Santo. Vitória: Aquárius; 2003.
10. Cotrim G. História global: Brasil e geral. São Paulo: Saraiva; 2005.
11. Elias N, Dunning E. A busca da excitação. Lisboa: Difel; 1992.
12. Araújo AQ. Estado do Espírito Santo. Secretaria da Educação e Cultura: Olimpíada Escolar de 1946. Vitória: Imprensa Oficial; 1947.
13. Elias N. O processo civilizador: formação do estado e civilização. Rio de Janeiro: Zahar; 1993.
14. Ginzburg C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras; 1990.
15. Pires G. A educação física e o discurso midiático: abordagem crítico-emancipatória em pesquisa-ação no ensino de graduação. Campinas. [Tese de Doutorado em Educação Física]. Campinas. Programa de Pós-Graduação em Educação Física; 2000.
16. Schneider O. Educação Physica: a arqueologia de um impresso. Vitória: Edufes; 2010.
17. Gebara A. Importância dos documentos. In: Proni MW, Lucena R, organizador. Esporte: história e sociedade. Campinas: Autores Associados; 2002.
18. Barros MGF. Professor Aloyr Queiroz de Araújo. Vitória. Monografia (Especialização em Educação Física) – Centro de Educação Física e Desportos da UFES; 1997.
19. Davis NZ. Sociedade e cultura no início da França moderna. São Paulo: Paz e Terra S/A; 1990.
20. Vidal R. Adiamento da Olimpíada Escolar. A Tribuna 1946 ago 27; p.4.
21. Araújo AQ. Olimpíada Escolar de 1946. A Tribuna 1946 ago 24; p.5.
22. Araújo AQ. Preparativos para a realização da Olimpíada Escolar. A Gazeta 1950 mai 20; p.2.
23. Araújo AQ. Olimpíada Escolar de 1952. A Gazeta 1952 nov 18; p.3.
24. Araújo AQ. Olimpíada Escolar de 1950. A Gazeta 1950 jul 15; p.5.
25. Neto JM. Violência no futebol capixaba. A Gazeta 1952 nov 16; p.7.

 

Agradecimentos: O estudo foi subvencionado por meio de bolsa de estudo financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

 

Trabalho originalmente publicado em: ELLER, Marcelo Laquini et al. CULTURA ESPORTIVA E AS OLIMPÍADAS ESCOLARES NA GRANDE IMPRENSA CAPIXABA (1946-1954). Journal of Physical Education, v. 28, p. 1-11, 2017.

 

 

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